sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Mutante

Há momentos em que sou esfinge ao entardecer –
muda-me o semblante com os raios do sol poente,
oblíquos como as coisas em que pareço pensar.

Dá-me a vida nos olhos e cega-me, marca a retina,
mas o fulgor é breve e não demora a passar, como
as marcas que deixei no caminho que ajudei a traçar.

Há instantes em que sou deus e Homem, oscilante,
e me busco onde não devo nem estou, porque
entretanto já passei e nem demorei o olhar…






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